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Cientistas alteram código genético de um ser vivo pela primeira vez

O fungo patogénico Candida albicans é um de vários microorganismos com a capacidade invulgar de fabricar vários aminoácidos (os constituintes das proteínas) a partir de mesmo código de três “letras” de ADN (chamado codão). Esta capacidade quebra uma das regras do código genético, segundo a qual cada codão de ADN codifica para apenas um aminoácido. No último número da revista Proceedings of the National Academies of Science –USA (PNAS), Manuel dos Santos e a sua equipa da Universidade de Aveiro recriaram no laboratório o que o fungo Candida albicans consegue na Natureza: alterar o seu código genético de forma a que a partir do codão CUG produza o aminoácido leucina em vez de serina. Esta foi a primeira vez que o código genético de um ser vivo foi alterado no laboratório. Surpreendentemente, os fungos geneticamente alterados revelam uma capacidade notável de se adaptarem a diferentes ambientes, de resistir a antimicóticos e de induzir respostas imunes e inflamatórias em ratinhos infetados. Esta investigação, financiada pela FCT e por um projeto Europeu do 7º Programa Quadro, ajuda a compreender de que forma a manipulação do código genético de fungos e outros micro-organismos poderá ser utilizada para combater a resistência a fármacos e aplicada em biotecnologia e medicina.