O CERN foi fundado em 1954, de acordo com a Convenção assinada pelos Membros Fundadores. Esta organização científica foi criada com o objetivo principal de “promoção e a colaboração entre Países Europeus na área da investigação fundamental no domínio da Física da Altas Energias (FAE), de modo a permitir à Europa a liderança nesse domínio”. Desde então, o CERN é o maior laboratório de física de partículas do mundo, localizado na região noroeste de Genebra, na fronteira Franco-Suíça.
O CERN é financiado por vinte e quatro Estados Membros: Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Dinamarca, Eslováquia, Estónia, Espanha, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Hungria, Israel, Itália, Noruega, Polónia, Portugal, Reino Unido, República Checa, Roménia, Sérvia, Suécia e Suíça.
Chipre e Eslovénia são Estados Membros Associados em fase de pré-adesão. Também o Brasil, a Croácia, a Índia, a Lituânia, o Paquistão, a Turquia e a Ucrânia têm estatuto de Estados Membros Associado.
Possuem o Estatuto de Observador no Conselho do CERN: a União Europeia, a UNESCO, o Japão (para o LHC) e os Estados Unidos da América (para o LHC e o HL-LHC). O Estatuto de Observador da Rússia está suspenso em conformidade com a Resolução do Conselho CERN de 8 de março de 2022 e o Estatuto de Observador do JINR (Joint Institute for Nuclear Research) está suspenso em conformidade com a Resolução do Conselho CERN de 25 de março de 2022.
Atualmente, O CERN é o local de trabalho diário para aproximadamente 2.500 funcionários de várias culturas e nacionalidades a tempo inteiro, e ainda 12.200 cientistas e engenheiros visitantes provenientes de todo o mundo.
No CERN são utilizados os maiores e mais complexos instrumentos científicos para criar as condições necessárias na deteção e estudo dos constituintes básicos da matéria e da antimatéria, que vão possibilitar a demonstração das teorias fundamentais da física de partículas, e a descoberta dos princípios elementares da criação do mundo como o conhecemos. Para gerar essas condições, o CERN construiu e opera um conjunto de aceleradores de partículas, entre os quais o maior acelerador de partículas do mundo, o LHC. O LHC acelera 2 feixes de partículas a altas energias, que irão colidir em 4 pontos dentro do acelerador, onde estão instalados detetores de partículas de dimensões colossais, para registar os resultados destas colisões. Da ciência dos materiais às tecnologias de informação, da supercondutividade à geodesia de precisão, a física de partículas exige níveis de qualidade extremos, fazendo do CERN um importante banco de ensaio para domínios variados de inovação tecnológica.
Participação Portuguesa
A adesão de Portugal ao CERN foi assinada no ano de 1985, com início a 1 de janeiro de 1986. Como Estado-Membro, Portugal contribui anualmente para os custos anuais de operação da infraestrutura (cerca de 1% do orçamento global da organização).
Durante as negociações com vista à adesão de Portugal, foi elaborado um Protocolo Administrativo que regula o apoio das autoridades portuguesas ao desenvolvimento da FAE e áreas análogas, nomeadamente através do financiamento de projetos de investigação geridos pela FCT. O benefício científico da participação nacional, tendo em atenção a participação da comunidade científica nacional da FAE nas atividades do CERN, é considerado excelente. Este benefício científico inclui a possibilidade de acesso de equipas portuguesas à participação nas experiências desenvolvidas no CERN. Em 2018, cerca de 106 investigadores estavam a participar em algumas das experiências ou programas de investigação do CERN, tais como CMS e ATLAS, instaladas no LHC. Os investigadores em Portugal ligados ao CERN formam equipas no domínio da física de partículas e física nuclear, e representam várias entidades a nível nacional, em que se incluem o Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas – LIP, o Instituto Tecnológico e Nuclear, as Universidades de Aveiro, Coimbra, Lisboa e Porto, entre outras. A participação destas equipas nacionais nas diversas experiências do CERN tem gerado centenas de publicações internacionais, apresentações em conferências, internacionais e nacionais, e várias teses de mestrado e doutoramento. Aproximadamente outros 58 Portugueses (com formações em áreas diversas, como por exemplo, engenharia eletrónica, eletrotécnica, materiais e química, entre outras) têm contratos de trabalho permanentes em departamentos técnicos da organização.