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Portugal e o Holocausto: investigação e memória

Em dezembro de 2019, Portugal tornou-se membro da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto e, de acordo com a missão desta organização, assumiu um maior compromisso em promover o aprofundamento da educação, da memória e da investigação sobre o tema.

O ano de 2020 foi uma oportunidade para celebrar várias efemérides relacionadas com o Holocausto: os oitenta anos sobre o salvamento de milhares de homens, mulheres e crianças, muitos deles judeus, da responsabilidade do Cônsul de Portugal em Bordéus, Aristides de Sousa Mendes; os setenta e cinco anos que decorrem desde o início dos Julgamentos de Nuremberga; os setenta e cinco anos da assinatura da Carta das Nações Unidas e da criação da Organização das Nações Unidas (ONU); e os sessenta e cinco anos da admissão de Portugal à ONU.

Neste contexto, a Memória do Holocausto foi objeto da Resolução de Conselho de Ministros nº 51/2020, de 25 de junho, e o seu programa inclui um conjunto de iniciativas de reforço do conhecimento, preservação da memória e divulgação.

Tendo como referencial o Holocausto e o seu enquadramento conceptual, pretende-se promover a investigação científica, desenvolvendo novos conhecimentos em diversas áreas numa perspetiva de multidisciplinaridade, com os contributos da história, da filosofia, dos direitos humanos, dos estudos de religião, da ciência política, do direito, da sociologia, da literatura, das artes, em suma, com os desenvolvimentos das ciências sociais e humanidades, reforçando a sua presença na agenda científica nacional.

O apoio especial destinava-se às seguintes linhas de investigação:

  • Atuação dos portugueses que se destacaram em diversas áreas, nomeadamente: no apoio às vítimas das políticas de perseguição e extermínio nazi; nos percursos de vida das vítimas portuguesas do universo concentracionário nazi durante a Segunda Guerra Mundial; no papel da diplomacia portuguesa, onde se destaca a figura do cônsul Aristides de Sousa Mendes; na ação dos jornalistas, tendo em conta a sua influência na formação da opinião pública; e na representação e interpretação culturais surgidas a propósito de todos estes acontecimentos.
  • Estudo dos diversos fatores que contribuíram quer para práticas desumanas quer para atos individuais e coletivos de abnegação e solidariedade (políticos, ideológicos, sociais, culturais, religiosos, económicos, etc.) no contexto do Holocausto.
  • Tratamento arquivístico, digitalização e estudo de acervos documentais portugueses relativos aos temas mencionados.
  • Disponibilização de recursos educativos, em formato físico ou digital, incluindo a criação e produção de conteúdos artísticos que realcem a importância do conhecimento e da memória sobre o Holocausto no domínio da educação, nomeadamente na educação para a cidadania.
  • Investigação colaborativa que promova as melhores práticas de intercâmbio de conhecimentos (knowledge exchange), o envolvimento do público (public engagement) e o impacto da investigação sobre esta temática.

Destinatários dos apoios

Instituições do ensino superior e seus institutos, laboratórios do estado e outras instituições públicas de investigação, sociedades científicas ou associações científicas sem fins lucrativos, instituições públicas ou privadas sem fins lucrativos, que poderão concorrer individualmente ou em parceria.

Resultados

A FCT editou uma brochura de apresentação dos 6 projetos selecionados no âmbito do apoio especial a projetos de I&D “Portugal e o Holocausto: investigação e memória”, que está disponível em formato digital.

Realizou-se na Biblioteca Palácio das Galveias, dia 25 de novembro de 2021, uma sessão de apresentação dos projetos, que pode ser visualizada aqui.

 

  • 6

    projetos

  • 0,2 M€

    Investimento