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Compreender mecanismos que garantem a saúde das células

Doenças como o cancro ou infertilidade encontram-se frequentemente associadas a alterações na quantidade de centríolos, pequenas estruturas das células, intervenientes no processo de divisão celular. Investigadores do Instituto Gulbenkian Ciência (IGC) publicaram recentemente um artigo na revista científica Current Biology, que aprofunda o conhecimento sobre estas estruturas, potenciando novas formas de diagnóstico e terapia.

A equipa de investigadores descobriu que a PLK4 (Polo-like kinase 4) – uma das principais proteínas que controla a formação dos centríolos – é capaz de se autorregular, autodestruindo-se, assegurando assim o controlo sobre o número de centríolos nas células. Este “suicídio” acontece de forma controlada no tempo em prol da saúde das células. Testado também em organismos vivos, usando a mosca da fruta como organismo modelo, a importância do mecanismo de destruição foi confirmada.

A manipulação dos centríolos tem sido alvo de investigação, na esperança de serem encontradas novas formas de diagnóstico e de terapia para alguns cancros. Mónica Bettencourt Dias, que lidera a equipa de investigadores, considera que compreender a regulação desta proteína é um passo muito importante, na medida em que foram já anunciados ensaios clínicos “com base na inibição de PLK4”, no Canadá.

Esta investigação foi desenvolvida pelo IGC em parceria com investigadores do Institute of Biochemistry and Biophysics (Varsóvia, Polónia), e da Universidade de Cambridge (Reino Unido) e financiada pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), pela European Molecular Biology Organization (EMBO) e pelo European Research Council (ERC).