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Empresas portuguesas vencem contratos para a construção do mais avançado telescópio óptico do mundo

Já foi chamado “o maior olho virado para o céu do mundo”. De facto, o telescópio E-ELT (de European Extremeley Large Telescope, em inglês) terá um espelho principal de 39 metros de diâmetro e capacidade de recolher 13 vezes mais radiação do que os maiores telescópios óticos existentes. O E-ELT será ainda capaz de corrigir os efeitos da distorção atmosférica, e produzir imagens 16 vezes mais nítidas do que o Telescópio Espacial Hubble. O E-ELT demorará nove anos até ficar operacional, esperando-se as primeiras observações em 2024. A construção deste ambicioso telescópio iniciar-se-á em 2016, e no concurso lançado pelo ESO para a Fase 1, duas entidades portuguesas destacaram-se entre competidores internacionais, para assegurar contratos no valor acumulado de 1,5 milhões de euros.

A CRITICAL Software, empresa de desenvolvimento de soluções de software, e o ISQ, entidade privada que fornece serviços de inspeção, ensaio, engenharia, formação e consultoria técnica, acabam de assinar contratos com o ESO por 3 anos, com opção de extensão até 9 e 10 anos, respetivamente.

A proposta da CRITICAL Software venceu outras 12, apresentadas por empresas da República Checa, Alemanha, Itália, Espanha, Reino Unido e Chile. A proposta do ISQ foi a melhor classificada entre cinco avaliadas, submetidas por organizações congéneres de Espanha e da Alemanha.

Com este contrato, a CRITICAL Software irá assegurar serviços de validação e verificação independente de software (ISV&V) para o programa E-ELT. As tarefas previstas incluem a análise de requisitos de software dos sistemas de controlo do telescópio e a preparação e execução de testes manuais e automáticos, entre outras. Já o ISQ irá garantir a verificação de materiais, peças e produtos finais através de auditorias, vigilância, testes e inspeções independentes, no sentido de apoiar o ESO na Garantia da Qualidade da construção e montagem (Quality Assurance/Quality Control –  QA/QC), junto dos fabricantes das estruturas e dos sistemas mais críticos.

As atividades de ambas decorrerão nas fases de montagem, integração e verificação, em vários países europeus, no Brasil e no local de construção do E-ELT, no Cerro Amazones, uma montanha de cerca de 3,060 metros de altitude, no planalto desértico do Atacama, no Chile. Com este potente “olho”, a comunidade astronómica internacional poderá estudar os maiores desafios científicos do nosso tempo – a procura de planetas extrasolares semelhantes à Terra, a medição das propriedades das primeiras estrelas e galáxias e a natureza da matéria e da energia escura.

Segundo Pedro Carneiro, vice-presidente da FCT, entidade que representa Portugal no Conselho do ESO, “O sucesso da CRITICAL Software e do ISQ demonstra a competitividade internacional da nossa indústria e o acompanhamento próximo da delegação portuguesa no ESO.”

“Esta é uma excelente notícia para o ESO, para Portugal e para a FCT, ISQ e CRITICAL Software. O ESO irá beneficiar da experiencia, profissionalismo e dinamismo de duas entidades que se têm destacado internacionalmente em setores tradicionalmente dominados por empresas dos países mais desenvolvidos em termos de capacidade tecnológica e organizacional”, afirma Paulo Chaves, Business Leader do ISQ.

Para Paulo Guedes, Business Development Director da CRITICAL Software, “Estamos muito satisfeitos por termos sido selecionados para a construção do telescópio ótico mais avançado do mundo em conjunto com o ISQ. Este é um reconhecimento internacional inequívoco da qualidade do trabalho quer do ISQ quer da CRITICAL Software, que ao longo dos anos se tem destacado em áreas e mercados de exigência extrema.”