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FCUP desenvolve sistema laser ultrarrápido mais rápido do Mundo

Uma equipa de cientistas da Faculdade de Ciências de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) desenvolveu e construiu um novo sistema laser ultrarrápido para a produção e observação de processos magnéticos a uma escala de tempo sem precedentes, inferior aos 10 femtosegundos (1 femtosegundo = 0,000.000.000.000.001 segundos), estabelecendo um novo limite a nível mundial para a velocidade à qual se pode modificar a magnetização de materiais diretamente com luz laser. O novo sistema e os resultados obtidos deverão ter impacto no desenvolvimento de novos materiais e tecnologias magneto-óticas, para aplicações em sensores biomédicos e para gravação e leitura de informação a alta velocidade, e valeram uma publicação na prestigiada revista Scientific Reports, publicação de acesso livre do grupo Nature.

Helder Crespo

David Schmool Helder Crespo, professor na Universidade do Porto, e David Schmool, antigo professor na Universidade do Porto, atualmente diretor de investigação do CNRS (Centre National de la Recherche Scientifique, França) e professor da Universidade de Versailles, lideraram a equipa de cientistas do Departamento de Física e Astronomia da FCUP (Grupo de Lasers Ultra-rápidos e Espectroscopias Magnetodinâmicas do IFIMUP-IN – Instituto de Física dos Materiais da Universidade do Porto), que chegou a estes resultados a partir de um planeamento científico estratégico, que contou com três projetos apoiados pela FCT.

Na opinião de Helder Crespo “o apoio da FCT foi crucial para o desenvolvimento de toda a atividade científica, desde a aquisição de componentes e instrumentos para a construção dos vários sistemas, até à formação avançada de recursos humanos”, tendo sido desenvolvidas cinco teses de doutoramento no âmbito destes projetos.

Estes avanços estão diretamente relacionados com uma nova tecnologia para a compressão e medida de impulsos laser ultracurtos, denominada dispersion-scan (ou d-scan), inventada e patenteada na Universidade do Porto em colaboração com a Universidade de Lund. Esta técnica revolucionária está também na base de uma nova empresa de alta tecnologia sediada no Porto, a Sphere Ultrafast Photonics (spin-off da Universidade do Porto), que fabrica e distribui esta tecnologia exclusiva no mercado científico mundial.

Hoje é possível armazenar grandes quantidades de informação em suportes digitais magnéticos, que têm que ser acompanhadas por um aumento correspondente da velocidade de escrita e leitura. Caso contrário, o sistema em questão torna-se lento face à sua capacidade. O estudo e compreensão dos fenómenos fundamentais por detrás do magnetismo é um desafio muito importante nesta tecnologia de ponta, em que se procura descobrir qual a velocidade máxima a que podemos ler e escrever bits num material magnético, e de que forma o podemos fazer.