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Kajanthus lusitanicus, uma nova espécie de flor portuguesa do Cretácico

O fóssil de um novo género e espécie de flor foi identificado pelo trabalho de campo do projeto CretaCarbo, financiado pela FCT e coordenado pelo investigador Luís Duarte, da Universidade de Coimbra. O fóssil data do período do Cretácico, entre 146 a 100 milhões de anos,  e é muito semelhante a uma planta que até agora se pensava existir apenas na China

Em colaboração com Else Marie Friis, do Museu de História Natural de Estocolmo, os paleobotânicos Mário Miguel Mendes e João Pais do Centro de Investigação em Ciência e Engenharia Geológica (CICEGe) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (FCT-UNL) identificaram, pela primeira vez na Europa, um fóssil de uma flor angiospérmica – grupo de plantas cuja principal característica é a presença de fruto e flor.

Pertencente à Família Larizabalaceae e à Ordem Ranunculales, a planta é muito semelhante a outra atualmente endémica na China, a Sinofranchetia chinensis. O fóssil da flor portuguesa do Cretácico Inferior encontrado numa jazida da região de Leiria corresponde a um novo género e espécie agora descritos num artigo publicado na revista Grana.

Segundo Luís Duarte, o achado é “um excelente contributo para o avanço da Paleobotânica em Portugal bem como para o conhecimento da evolução das Angiospérmicas no mundo”. A designação que lhe foi atribuída – Kajanthus lusitanicus– homenageia o paleobotânico dinamarquês Kaj Raunsgaard Pedersen da Universidade de Aahrus, e identifica a região do Globo onde foi descoberta – lusithanicus (Portugal).

Algumas das mais antigas e melhor preservadas angiospérmicas iniciais encontram-se no Cretácico Médio do oeste de Portugal. O projeto CretaCarbo visa estudar os depósitos do deste período na margem oeste portuguesa, contribuindo para a compreensão das rápidas e intensas alterações globais- oceanográficas e ambientais- que afetaram profundamente os ecossistemas, incluindo as plantas terrestres, em particular a evolução inicial e a expansão das angiospérmicas.