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Microcirculação da placenta pode influenciar malária na gravidez

Um estudo publicado na última edição da revista científica PLOS Pathogen fornece novas pistas acerca da infeção pelo parasita da malária durante a gravidez. A equipa de investigação liderada por Carlos Penha-Gonçalves do Grupo de Genética de Doenças do Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC) observou, pela primeira vez, o fluxo sanguíneo na placenta de um ratinho vivo.

O estudo, financiado pela FCT, mostra como a circulação sanguínea na placenta pode influenciar a infeção local causada pelo parasita da malária, que pode provocar abortos, nados-mortos, prematuridade, atraso no crescimento uterino e baixo peso ao nascer.

A observação in vivo revelou que a circulação sanguínea na placenta não é homogénea, existindo áreas com maior e menor fluxo sanguíneo, nas quais o comportamento do parasita da malária é diferente: verifica-se uma maior acumulação de parasitas nas regiões com baixo fluxo sanguíneo. Nestas regiões, as células da placenta e do sistema imunitário do ratinho assaltam os glóbulos vermelhos infetados, tentando eliminar o parasita, e despoletando reações inflamatórias que causam os sintomas da doença. Reproduzir este estudo na placenta de humanos seria, segundo Carlos Penha-Gonçalves “(…) interessante (…), tendo em consideração que a microcirculação na placenta humana é bastante diferente.”