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Portugueses na linha da frente para a descoberta de novos mundos

Espectrógrafo ESPRESSO

O Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA), uma Unidade FCT, integrou a equipa que construção do ESPRESSO, um espectrógrafo de alta resolução que tem como objetivo identificar exoplanetas semelhantes à Terra. Este instrumento de extraordinária precisão, que demorou cerca de dez anos a ser planeado e construído, vai ser instalado no Observatório Europeu do Sul (ESO), no Chile, de onde vai operar. Os investigadores esperam que os primeiros dados sejam obtidos a partir de meados de 2018.

O desenvolvimento e construção do ESPRESSO resultou de um consórcio de instituições académicas e científicas de Portugal, Itália, Suíça e Espanha, bem como membros do ESO, sendo a participação portuguesa liderada pelo IA (Universidade do Porto e Universidade de Lisboa).

O ESPRESSO permitirá decompor e analisar a luz proveniente de estrelas e, com esta informação, medir a velocidade com que as estrelas se aproximam ou se afastam de nós. Com o seu nível de precisão, capaz de medir uma variação de velocidade inferior a um quilómetro por hora, será possível medir o movimento induzido na estrela pela influência gravítica de um planeta tão pequeno como a Terra. Conseguir-se-á também determinar a massa do planeta. Espera-se ainda que os dados permitam, em certos casos, identificar elementos químicos presentes na sua atmosfera.

A equipa liderada pelo IA foi responsável pelo desenvolvimento e instalação do sistema ótico que recolhe a luz captada por cada um dos quatro telescópios do Very Large Telescope (VLT) do ESO e a leva até ao local onde será instalado este espectrógrafo. A componente tecnológica portuguesa do projeto foi desenvolvida em parceria entre o IA e o Laboratório de Óptica, Lasers e Sistemas (LOLS), uma unidade de transferência de tecnologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL).

Os investigadores do IA irão agora participar na exploração científica do ESPRESSO, em conjunto com os parceiros do consórcio, dispondo de um total de 273 noites de observação. Além da descoberta de exoplanetas, o IA é responsável por definir os alvos prioritários em física fundamental, visto que este instrumento irá permitir testar, com uma exatidão sem precedentes, a universalidade das leis da física no Universo.

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Créditos da imagem: University of Geneva