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CERN – Organização europeia para a investigação nuclear

O CERN foi criado em 1953 e, de acordo com a Convenção assinada pelos Membros Fundadores, o objetivo principal desta organização científica foi a “promoção e a colaboração entre Países Europeus na área da investigação fundamental no domínio da Física da Altas Energias (FAE), de modo a permitir à Europa a liderança nesse domínio”. Desde então, o CERN é o maior laboratório de física de partículas do mundo, localizado na região noroeste de Genebra, na fronteira Franco-Suíça.

O CERN é financiado por vinte e três Estados Membros: Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Dinamarca, Eslováquia, Espanha, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Hungria, Israel, Itália, Noruega, Polónia, Portugal, Reino Unido, República Checa, Roménia, Sérvia, Suécia e Suíça.

Chipre e Eslovénia são Estados Membros Associados em fase de pré-adesão. Também a Croácia, Índia, Lituânia, Paquistão, Turquia e Ucrânia têm estatuto de Estados Membros Associado.

Por sua vez, seis organizações internacionais e países possuem o estatuto de observador no Conselho do CERN: União Europeia, UNESCO, JINR, Japão, Rússia, e Estados Unidos. Atualmente, é o local de trabalho diário para aproximadamente 2.500 funcionários de várias culturas e nacionalidades a tempo inteiro, e ainda 12.200 cientistas e engenheiros visitantes provenientes de todo o mundo.

No CERN são utilizados os maiores e mais complexos instrumentos científicos para criar as condições necessárias na deteção e estudo dos constituintes básicos da matéria e da antimatéria, que vão possibilitar a demonstração das teorias fundamentais da física de partículas, e a descoberta dos princípios elementares da criação do mundo como o conhecemos. Para gerar essas condições, o CERN construiu e opera um conjunto de aceleradores de partículas, entre os quais o maior acelerador de partículas do mundo, o LHC. O LHC acelera 2 feixes de partículas a altas energias, que irão colidir em 4 pontos dentro do acelerador, onde estão instalados detetores de partículas de dimensões colossais, para registar os resultados destas colisões. Da ciência dos materiais às tecnologias de informação, da supercondutividade à geodesia de precisão, a física de partículas exige níveis de qualidade extremos, fazendo do CERN um importante banco de ensaio para domínios variados de inovação tecnológica.

Participação Portuguesa

A adesão de Portugal ao CERN foi assinada no ano de 1985, com início a 1 de janeiro de 1986. Como Estado-Membro, Portugal contribui anualmente para os custos anuais de operação da infra-estrutura (cerca de 1% do orçamento global da organização).

Durante as negociações com vista à adesão de Portugal, foi elaborado um Protocolo Administrativo que regula o apoio das autoridades portuguesas ao desenvolvimento da FAE e áreas análogas, nomeadamente através do financiamento de projetos de investigação geridos pela FCT. O benefício científico da participação nacional, tendo em atenção a participação da comunidade científica nacional da FAE nas atividades do CERN, é considerado excelente. Este benefício científico inclui a possibilidade de acesso de equipas portuguesas à participação nas experiências desenvolvidas no CERN. Em 2018, cerca de 106 investigadores estavam a participar em algumas das experiências ou programas de investigação do CERN, tais como CMS e ATLAS, instaladas no LHC. Os investigadores em Portugal ligados ao CERN formam equipas no domínio da física de partículas e física nuclear, e representam várias entidades a nível nacional (o Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas – LIP, o Instituto Tecnológico e Nuclear e Universidades como Aveiro, Coimbra, Lisboa e Porto, entre outras). A participação destas equipas nacionais nas diversas experiências do CERN tem gerado centenas de publicações internacionais, apresentações em conferências internacionais e nacionais, e várias teses de mestrado e doutoramento. Aproximadamente outros 58 Portugueses (com formações em áreas diversas, como por exemplo, engenharia eletrónica, eletrotécnica, materiais e química, entre outras) têm contratos de trabalho permanentes em departamentos técnicos da organização.