Investigador da CMU Portugal ganha uma bolsa Consolidator do ERC
O investigador Mahmoud Tavakoli, diretor do “Soft and Printed Microelectronics” do Instituto de Sistemas e Robótica (ISR) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), ganhou uma bolsa Consolidator do European Research Council (ERC) no valor de 2,8 M€ por cinco anos. O anúncio foi feito esta semana.
Mahmoud Tavakoli lidera uma equipa de investigação multidisciplinar de eletrónica, química, biomédica e mecânica, que combina experiência em nano materiais, polímeros e condutores líquidos para aplicações de robótica leve, eletrónica leve, têxteis inteligentes, plásticos inteligentes e monitoramento de saúde. O seu trabalho de investigação tem sido desenvolvido com o apoio do Programa CMU Portugal, através de financiamento da FCT, onde está envolvido em vários projetos de investigação nas áreas da eletrónica vestível, dispositivos eletrónicos flexíveis, produção de circuitos elásticos e têxteis eletrónicos para monitorização em saúde e biomarcadores digitais, entre outros.
As Bolsas ERC Consolidator destinam-se a apoiar investigadores de qualquer nacionalidade, com 7 a 12 anos de experiência desde a conclusão do doutoramento, e que sejam detentores de um percurso científico promissor e com uma excelente proposta de investigação e irá apoiar o desenvolvimento do projeto “Liquid3D – Eletrónica de matéria macia (soft-matter) bioinspirada impressa em 3D com base em compostos de metal líquido: ecológico, resiliente, reciclável e reparável”, que já está em curso.
O Liquid3D visa fornecer liberdade de design aos cientistas, permitindo-lhes imprimir circuitos eletrónicos futuristas. Teve início este mês de janeiro e, com o financiamento agora obtido, vai permitir a implementação de três novos laboratórios na FCTUC: o Laboratório de Materiais Eletrónicos Impressos, que se destina a desenvolver novos materiais para a próxima geração de eletrónica e robótica; o Laboratório de Fabricação Digital, que pretende criar e validar tecnologias para fabricação aditiva dos materiais desenvolvidos; e o Laboratório de Microciência e Caracterização, no qual serão caracterizadas as propriedades elétricas, mecânicas e óticas dos materiais e sistemas produzidos.
De acordo com Mahmoud Tavakoli, “o mais impressionante sobre estes sistemas é que permitirão um novo nível de bioinspiração em dispositivos produzidos pelo homem, o que ainda não é possível” *. Este projeto pretende ainda desenvolver a compreensão fundamental e robótica leve de compósitos bifásicos baseados em metal líquido e métodos para reciclar os compósitos desenvolvidos.
Através do Programa CMU Portugal, a equipa da FCTUC, colaborou também com o Soft Machines Lab da Carnegie Mellon University’s College of Engineering em três projetos financiados pela FCT: Stretchtonics, WoW, liderado pela Glintt e financiado através do concurso de I&DT em CoPromoção em colaboração com a AMI, e Exoskins. A investigação desenvolvida sob esta parceria inclui eletrónicos extensíveis, computação vestível, monitoramento de pacientes vestíveis, sensores impressos e eletrónicos, saúde digital e biomarcadores digitais.
*Citação publicada em notícia da FCTUC.
Foto © Cristina Pinto