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Agência Espacial Europeia (ESA) lançou programa de transferência de tecnologia espacial em Portugal

As empresas portuguesas que trabalham e desenvolvem tecnologias na área espacial têm agora mais uma ferramenta para a transferência dessas tecnologias para o mercado não espacial. A Iniciativa Nacional de Transferência de Tecnologia Espacial (PTTI), lançada no dia 9 de outubro, é uma iniciativa da ESA, em colaboração com a Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) através do Gabinete do Espaço. A implementação deste programa estará a cargo do Instituto Pedro Nunes, entidade convidada pela ESA.

O PTTI terá a duração de 18 meses, e um financiamento da ESA de cerca de 200 mil euros. Prevê um concurso para financiamento de Provas de Conceito planos de negócio acompanhados por estudos de viabilidade técnica para aplicação de uma tecnologia espacial a um setor não espacial) e de Demonstradores (protótipos de teste de tecnologia aplicada a um setor não espacial). O concurso é dirigido a empresas portuguesas que trabalham e desenvolvem tecnologias na área espacial, satisfazendo algumas necessidades de financiamento identificadas neste tipo de atividades, mas também a universidades e aos seus laboratórios de investigação.

A experiência da ESA em transferência de tecnologia (TT) é vasta, com mais de 200 tecnologias espaciais transferidas e a criação de várias start-ups Europeias com projeção em mercados internacionais. No âmbito do seu Programa de Transferência de Tecnologia, a ESA apoia a criação de programas de estímulo à TT nos países membros. O PTTI cumpre essa missão: visa reforçar a competitividade da indústria espacial portuguesa e promover a inovação tecnológica, apoiando e facilitando a transferência de tecnologia espacial já disponível para setores não espaciais, a nível internacional. Nas palavras de Frank Salzgeber, Coordenador do Programa de Transferência de Tecnologia da ESA, “As entidades (empresas, centros de investigação) concorrentes ao PTTI serão portuguesas, mas as ideias e as tecnologias terão um alcance global”.

Portugal é Estado-Membro da ESA desde novembro de 2000. Um estudo de impacto sobre a participação de Portugal na ESA indica que cerca de 60 empresas e perto de 20 universidades portuguesas desenvolveram já projetos com a Agência Espacial Europeia, num total de contratos para Portugal que ultrapassam os 90 milhões de euros. O investimento português nos programas da ESA é caracterizado por um fator multiplicador de dois: por cada um milhão de euros investido nestes programas é gerado um retorno de dois milhões de euros para o setor espacial português. Frank Salzgeber acredita que Portugal tem capacidade para aumentar esta fator multiplicador para 5, colocando o país entre a Noruega e os EUA.

O Instituto Pedro Nunes (IPN) – Associação para a Inovação e Desenvolvimento em Ciência e Tecnologia é uma instituição sem fins lucrativos e incubadora de empresas líder em transferência de tecnologia no sector de inovação português: tem seis laboratórios de desenvolvimento tecnológico e a sua incubadora de empresas foi considerada a melhor do mundo em 2011, tendo apoiado a criação e desenvolvimento de mais de 140 empresas de base tecnológica.