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Sucesso transversal para Portugal em financiamentos do Conselho Europeu de Investigação

Com um conjunto de resultados ainda por anunciar, o número de bolsas ERC assegurado por investigadores em Portugal, em 2015, é de dez: 4 Starting Grants (para investigadores com dois a sete anos de experiência pós- doutoramento); 3 Consolidator Grants (para investigadores com mais de sete anos de experiência após a obtenção do seu doutoramento) e 3 Proof of Concept Grants (para investigadores financiados pelo ERC que desejam levar os seus resultados para o mercado ou abordar desafios sociais).

José Bessa, que lidera uma equipa no I3S (Instituto de Investigação e Inovação em Saúde, Universidade do Porto), foi o quarto cientista a quem foi atribuída uma prestigiada Starting Grant do ERC, uma bolsa no valor de 1,5 milhões de euros. Nas suas palavras, “a ERC Starting Grant vai permitir desenvolver um projeto de investigação de 5 anos ao mais alto nível, recorrendo a tecnologia de ponta e com uma equipa de cientistas altamente especializada e dedicada”, que procurará identificar como as sequências de DNA que não codificam genes contribuem para doenças pancreáticas, em particular a diabetes. Através do estudo do peixe-zebra, José Bessa pretende identificar e testar novas sequências associadas à diabetes, sem recorrer a pacientes. Contudo, os resultados da investigação desta equipa terão um forte impacto no tratamento da diabetes em humanos, através da identificação de potenciais novos alvos terapêuticos.

Edgar Gomes - IMMRui Costa - CNPAntónio Jacinto - CEDOC

Edgar Gomes (Instituto de Medicina Molecular, Universidade de Lisboa), Rui Costa (Programa Champalimaud de Neurociências) e António Jacinto (Centro de Estudos de Doenças Crónicas, Universidade Nova de Lisboa), tendo sido já financiados pelo ERC, asseguraram recentemente o financiamento para explorar o potencial inovador das suas pesquisas. Obtiveram Proof of Concept Grants, no valor individual de 150 mil euros, que lhes permitirão desenvolver protótipos e explorar o potencial terapêutico de fármacos, com o objetivo de transferir os resultados do seu trabalho para a indústria.

Edgar Gomes irá utilizar a Proof of Concept Grant na implementação comercial do protótipo do sistema celular tridimensional desenvolvido no seu laboratório, que mimetiza algumas doenças musculares. O objetivo é que este protótipo possa ser usado em qualquer laboratório do mundo, para testar novos medicamentos para o tratamento destas doenças debilitantes.

Rui Costa também aposta na construção de um protótipo, neste de uma interface cérebro-máquina portátil, que possa ser adaptada a diferentes tipos de equipamentos, para ser usada na área da saúde, mas também no entretenimento, e no apoio a tarefas do dia-a-dia.

António Jacinto, em parceria com a empresa start-up Thelial, propõe-se a testar os fármacos que a empresa tem desenvolvido para o tratamento do síndrome intestinal de Leaky Gut, e outras patologias que comprometem o revestimento dos órgãos.

Marina Costa Lobo - ICSMonica Bettencourt Dias - IGCHelder Maiato - I3S

Estas bolsas, anunciadas pelo ERC em janeiro, seguem-se às 3 Consolidator Grants divulgadas no final de 2015, com um valor de cerca de 2 milhões de euros cada.  Marina Costa Lobo (Instituto de Ciências Sociais, Universidade de Lisboa) destaca-se no conjunto dos selecionados pelo ERC em 2015, por a sua investigação ser na área das ciências sociais. A sua Consolidador Grant irá permitir-lhe aprofundar o estudo do impacto do tema “Europa” nas eleições parlamentares realizadas em vários países desde o início da crise na Zona Euro.

Mónica Dias irá prosseguir a sua investigação sobre o papel dos centríolos (pequenas estruturas das células) na divisão celular, no movimento das células e na comunicação com as células vizinhas, com impacto na compreensão dos distúrbios do sistema nervoso, do cancro e da infertilidade.

Hélder Maiato procura compreender os mecanismos que controlam o processo através do qual os cromossomas se separam, durante a divisão das células, denominado de mitose. Os erros neste processo, rigorosamente controlado, conduzem à aneuploidia – células com mais ou menos cromossomos do que deveriam – um fenómeno prevalente em células tumorais. 

Monica Bettencourt Dias, Rui Costa, Edgar Gomes e José Bessa foram selecionados para o Programa Investigador FCT em 2012 e 2013.

 

(Créditos das imagens: I3S – Instituto de Investigação e Inovação em Saúde; Instituto de Medicina Molecular; Centro de Estudos de Doenças Crónicas; Instituto de Ciências Sociais; Instituto Gulbenkian de Ciência, Álvaro Isidoro)