FCT financia 1.778 novos lugares para doutorados entre outubro de 2024 e o final de 2025
A Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) divulgou hoje, dia 13 de dezembro, os resultados finais do Concurso FCT-Tenure. Foram atribuídos 1.104 lugares com vínculo permanente, naquele que é o primeiro instrumento de financiamento da FCT para o apoio à contratação de investigadores exclusivamente em lugares de carreira.
Com estes resultados, a FCT está a apoiar a criação de 1.778 novos lugares para doutorados, entre 1 de outubro de 2024 e o final de 2025. Este conjunto de lugares contempla a 1ª edição do programa FCT-Tenure, os concursos CEEC-LA (1º edição), CEEC-Individual (6ª e 7ª edição) e o programa ERC-PT Careers.
Destes novos lugares, 1.210 (68%) serão permanentes, reforçando os incentivos à contratação de investigadores para posições permanentes no modelo de financiamento de emprego científico da FCT.
Somando estas novas oportunidades às 351 posições contratualizadas no terceiro trimestre de 2024, a FCT prevê alcançar um total de 2.129 novos lugares no sistema de investigação entre julho de 2024 e dezembro de 2025.
Esta política representa uma alteração significativa face ao anterior modelo de financiamento de emprego científico da FCT. É direcionada para a atração e retenção de talento científico, com foco em contratos com vínculo permanente, seja através da carreira docente ou de investigação (em todos os ciclos da carreira). Esta abordagem garante, além do reforço da estabilidade nas carreiras científicas, um nível elevado de dedicação a atividades de I&D por parte dos investigadores apoiados pela FCT e uma significativa autonomia estratégica para as instituições.
Além disso, a FCT criou incentivos específicos que promovem a mobilidade intersetorial e intercarreiras. Incluem-se neste âmbito programas para investigadores não doutorados, nomeadamente o DoutorAP (1ª edição), e o Concurso de Bolsas de Doutoramento Não-Académicas (3 edições), aos quais se juntará em breve um novo concurso de apoio à contratação de investigadores doutorados em ambiente não académico. Essas medidas integram-se noutras iniciativas já disponíveis para investigadores doutorados, como os incentivos DGAE à integração de doutorados no ensino não universitário, que valorizam a diversificação dos percursos profissionais dos investigadores.
A proposta de revisão do Estatuto da Carreira de Investigação Científica (ECIC), atualmente na Assembleia da República, prevê também a criação de uma carreira de investigação aplicável a diversos setores públicos, como museus e hospitais, ampliando as oportunidades de carreira para investigadores e fortalecendo o impacto social da Ciência em diferentes áreas da sociedade. Prevê ainda englobar todo o ciclo da carreira de um investigador num estatuto único, incluindo doutorandos, permitindo o enquadramento legal necessário para transformações ao nível de futuros concursos da FCT.
Estas ações são ainda mais relevantes considerando que, entre outubro de 2024 e o final de 2025, cerca de 1.171 contratos de investigadores doutorados financiados pela FCT chegarão a termo, realçando a importância de iniciativas que renovem e consolidem as oportunidades de carreira para doutorados no país através de posições permanentes. Este valor contabiliza o término de contratos DL57 e Norma Transitória financiados no âmbito de concursos de emprego científico da FCT. Se forem contabilizados os contratos finalizados desde janeiro de 2024, este número sobe para 1.388 contratos.
As iniciativas em curso antecipam as necessidades do sistema científico e fortalecem o apoio às diversas gerações de investigadores no sistema nacional de ciência e tecnologia. Esta reforma das tipologias de contratos apoiados pela FCT, tanto em relação ao número de posições disponibilizadas quanto à natureza dos contratos, têm impacto significativo nas instituições e no desenvolvimento das carreiras de investigadores em Portugal.